No dia 24 de maio de 2025, a localidade de Barra do Jacuípe, no município de Camaçari, na Bahia, foi palco de uma celebração carregada de emoção, cultura e axé. O evento “Primeiro Viver Capoeira” assinalou o que seria o 78.º aniversário de Mestre Geni, fundador e mestre responsável pelo reconhecido grupo Capoeira Zambiacongo.
A data foi escolhida a dedo, não só pelo simbolismo do aniversário de Mestre Geni, mas também por ser o local onde ele residia e dava aulas. O evento superou todas as expectativas, reunindo entre 200 a 250 pessoas, entre alunos, admiradores, mestres e convidados especiais de diferentes partes do Brasil e do mundo.
A homenagem contou com a presença marcante de Mestre Macaco, irmão e aluno direto de Mestre Geni, além de Mestre Tonho Matéria, conhecido cantor ligado ao Olodum e figura influente na cena cultural baiana. Outros nomes de peso marcaram presença, como Mestre Crente, Mestre Atabaque e representantes internacionais vindos da Espanha e de Portugal.
Diversos núcleos do grupo Zambiacongo, como os de Sergipe, Alagoas e várias regiões da Bahia, também participaram ativamente do encontro, reforçando o alcance e a união promovidos pela filosofia de Mestre Geni.
Entre os momentos altos do evento, destacou-se a apresentação do toque “Samango”, uma criação do próprio Mestre Geni que se mantém viva na prática do grupo. O público ainda pôde assistir a apresentações vibrantes de maculelê, samba de roda e a um cerimonial de graduação da equipa de ensino do Grupo Zambiacongo, onde foram reconhecidos novos instrutores, professores, contramestres e mestres.
O ambiente foi descrito como de energia elevadíssima, repleto de boa vibração, axé e forte sentido de comunidade. “Foi top, na verdade, muito bom. Superou até as minhas expectativas. Sabia que a maioria estaria comigo, mas ainda assim apareceu mais gente do que eu esperava. Alguns até pediram para se juntar ao grupo”, partilhou um dos organizadores emocionado.
Mais do que um evento, o “Primeiro Viver Capoeira” foi uma verdadeira celebração de vida, cultura e continuidade. O legado de Mestre Geni mostrou-se mais presente do que nunca, através da força dos seus ensinamentos, da união do grupo e da música e movimentos que continuam a ecoar no tempo.
Este foi apenas o primeiro de muitos encontros previstos para manter viva a chama do Zambiacongo e a memória de um mestre que deixou uma marca indelével no mundo da capoeira.