Maria Carvalho é um dos nomes em destaque da Seleção Nacional de Kempo. Entre os estudos universitários no ISCTE, os treinos em Lisboa e o alto rendimento nas Caldas da Rainha, a jovem atleta prepara-se agora para um novo desafio: o Campeonato Mundial de Kempo, onde voltará a vestir as cores de Portugal com orgulho e ambição.
FightNews: Como tem sido a tua preparação para este Campeonato Mundial de Kempo?
Maria Carvalho: Sendo eu uma aluna universitária deslocada, quando terminei o 12.º ano e ingressei no ISCTE para o meu primeiro ano de licenciatura, muita coisa mudou: a habitação, os estudos, o meu dia a dia. Mas o que realmente me deixava inquieta eram as possíveis mudanças que o meu ritmo desportivo poderia sofrer.
No entanto, não deixei que isso me impedisse de continuar a treinar afincadamente dia após dia, tanto em termos técnicos como na sua complementação no ginásio. Além dos treinos que realizo em Lisboa diariamente, continuo a ir uma vez por semana aos treinos de alto rendimento nas Caldas da Rainha, dados pelo professor Bruno Rebelo, que nunca deixou de me apoiar ao longo de toda esta mudança — e não só — na sede do meu atual clube, o AKCR.
A preparação para um campeonato com tal dimensão e importância exige um foco extraordinário. Tenho vindo a abdicar de certos momentos lúdicos, por exemplo. Mas não me deixa triste abdicar deles, porque a minha prioridade é o meu desporto e ter a certeza de que trabalho de forma a não deixar dúvidas, a dar sempre o meu melhor.
Imagem cedida Maria Carvalho
FightNews: Quais são os teus principais objetivos para esta competição?
Os meus objetivos para esta competição, a meu ver, são bastante simples:
Fazer aquilo para o qual trabalhei;
Não deixar dúvidas;
E, se possível — o que seria a cereja no topo do bolo — trazer uma medalha, não só para mim, mas para o meu país.
Imagem cedida Maria Carvalho
FightNews: Qual tem sido o maior desafio até agora nesta caminhada até ao Mundial?
Maria Carvalho: Penso que o meu maior desafio até agora seja a minha própria superação. Ou seja, reconhecer os erros que ainda há por corrigir, corrigi-los e ultrapassar aqueles que achava que eram os meus limites.
No fundo, a cada dia que passa, quero estar progressiva e continuamente melhor do que no dia anterior. Que o meu eu de amanhã seja sempre melhor do que o meu eu de hoje.
Imagem cedida Maria Carvalho
FightNews: O que significa para ti representar Portugal num evento desta dimensão?
Maria Carvalho: Um orgulho enorme, sem dúvida.
Sinto uma felicidade imensa por poder representar o meu país, vestir as suas cores e, acima de tudo, honrá-lo.
Como aconteceu no Mundial do ano passado, na Turquia, nada me é mais gratificante do que subir ao pódio — ainda que para segundo lugar — com a bandeira do meu país às costas e sentir que cumpri com a minha missão.
Imagem cedida Maria Carvalho
FightNews: Quando e como começou a tua paixão pelo Kempo?
Maria Carvalho: Comecei o meu percurso nas artes marciais pelo Karaté, com apenas 8 anos. No entanto, com o aumento da paixão pelo que fazia e por verem em mim uma possibilidade de expansão em termos competitivos, ingressámos assim no mundo do Kempo.
Ao terminar a minha primeira competição, soube que era aquilo. Era aquilo que me preenchia, não só enquanto atleta, mas também enquanto pessoa. Era o que me deixava completa e feliz.
Ao longo dos anos fui aprendendo cada vez mais sobre o Kempo, o que fez com que a minha paixão e devoção por este desporto aumentassem continuamente.
Imagem cedida Maria Carvalho
FightNews: Como é que o Kempo te moldou enquanto atleta e enquanto pessoa?
Maria Carvalho: O Kempo fez-me crescer enquanto atleta, mas, sem dúvida, também enquanto pessoa.
Tornou-me mais resiliente, humilde, confiante e numa melhor desportista.
Imagem cedida Maria Carvalho
FightNews: Por fim, após o Mundial, quais são os teus próximos objetivos como atleta?
Maria Carvalho: Quero continuar a evoluir enquanto atleta, sem dúvida.
Poder representar Portugal por muitos mais anos e provas.
Acima de tudo, continuar a conseguir depositar o meu máximo naquilo que eu mais gosto — este desporto.
Continuar a lutar para melhorar todos os dias, e continuar a deixar-me tanto a mim, como ao meu país, e a todos aqueles que fazem — e já fizeram — parte do meu percurso, orgulhosos.