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A LUTA GALHOFA, A ARTE MARCIAL PORTUGUESA

A Origem e História da Luta Galhofa em Portugal

Redação
Por: Redação Fonte: Marcia Lomardo
17/04/2025 às 14h18 Atualizada em 17/04/2025 às 14h24
A LUTA GALHOFA, A ARTE MARCIAL PORTUGUESA
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A LUTA GALHOFA é uma forma de combate corpo a corpo de origem portuguesa. Os seus registos remontam ao século XIII a.C.

De origem celta, remonta à época em que houve uma fusão entre os povos celtas e ibéricos, que passaram a chamar-se “celtiberos”. Esses povos eram divididos em tribos, e os Lusitanos, situados entre o rio Douro e o Tejo, eram os mais conhecidos. Um dos seus chefes foi Viriato, o pastor de gado historicamente renomado pela sua bravura e pelas vitórias sobre os romanos. Ele utilizava a Luta Galhofa para a selecção dos seus homens, pois, além da componente física, exigia muita força mental.

Portugal historicamente teve muitos guerreiros, como os Templários Portugueses, e lutas, como a Esgrima Lusitana e a Luta Galhofa. Os Lusitanos, além de serem um povo guerreiro, eram muito estrategas, e nunca foram vencidos pelos romanos, sempre comandados por Viriato. Conta-se que também utilizavam uma bebida derivada de cogumelos cujas propriedades alucinogénias tornavam os guerreiros ainda mais bravos e invencíveis.

Com variantes próprias em diferentes localidades e povoações, este tipo de luta chegou até aos descendentes dos Lusitanos – o povo português. Nas aldeias transmontanas, era associada à passagem dos homens de adolescentes para adultos. A prática da modalidade surgiu como uma forma de medir forças para constatar quem era o mais forte do clã.

A luta começa e termina com um abraço cordial entre os oponentes. Era praticada nos currais com os pés descalços sobre a cobertura de palha fresca. Actualmente é praticada nos tatamis. Apenas era permitido agarrar e puxar pelas calças, que eram feitas de um material resistente. O objectivo é projectar o adversário com as costas no chão e imobilizá-lo por alguns segundos. Quando a luta terminava, o vencedor retirava o cinto de pano que o adversário usava e colocava-o em si próprio, demonstrando ser o novo campeão. Actualmente, na modalidade desportiva, é conferido um cinturão ao campeão, tal como noutras lutas.

A técnica era chamada “manha”. O objectivo não era o combate nem um treino de guerra; era a junção da “manha” com a força física para medir forças entre os homens e rapazes da aldeia. Não havia categoria de peso, ou seja, era o que hoje denominamos “absoluto”. Um jogo cultural inserido num contexto de festa e alegria, derivando daí o nome “Galhofa”.

Mulheres e crianças não podiam sequer assistir. Era uma actividade totalmente masculina. Actualmente existem categorias femininas na modalidade desportiva, que foi reconhecida em 2016 pela Federação Portuguesa de Lutas Amadoras (FPLA). Actualmente já é oficialmente reconhecida por todas as entidades. Existe equipamento definido, é aberta a todas as faixas etárias e as mulheres podem praticar.

Em 2018 começaram a ser realizadas as primeiras provas oficiais de Luta Galhofa pela FPLA, e no ano seguinte decidiu-se também trazer ao público a modalidade tradicional sobre a palha. Os responsáveis continuam a divulgar em Portugal e no estrangeiro esta forma de luta, para garantir que a continuidade desta arte milenar não se perca.

O Instituto Politécnico de Bragança tem a Luta Galhofa como disciplina curricular no curso de Ciências do Desporto.

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