A Academia Katsu Jiu Jitsu tem vindo a destacar-se no panorama nacional da modalidade não apenas pelos seus resultados competitivos, mas sobretudo pela forma como promove o desenvolvimento pessoal dos seus alunos. Em entrevista, Rui Gonçalves, fundador e líder da Katsu Jiu Jitsu, fala sobre a missão da academia, os desafios enfrentados, os planos para o futuro e o impacto do Jiu-Jitsu dentro e fora dos tatamis.
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FightNews: Qual é a missão da Academia Katsu e o que a diferencia de outras academias de Jiu-Jitsu?
Rui Gonçalves: A missão da Academia Katsu sempre foi construir uma comunidade forte, onde todos evoluímos juntos, tanto no Jiu-Jitsu como fora dele. Esse sempre foi o nosso grande objetivo, e acho mesmo que é isso que nos diferencia. O que faz a diferença aqui é a nossa equipa, o grupo que temos — é isso que torna tudo especial.
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FightNews: Quais são os principais objetivos da Academia para as próximas épocas? Há planos para expandir ou implementar novas iniciativas?
Rui Gonçalves: Um dos grandes objetivos para as próximas épocas é estarmos mais presentes nas competições, irmos com uma equipa maior e mais forte. Queremos mesmo marcar presença e mostrar o trabalho que temos feito.
Depois, temos um grande projeto que é expandir a Academia — queremos conseguir uma estrutura melhor para podermos oferecer um serviço ainda mais completo e com mais qualidade.
Outro dos grandes objetivos é crescermos muito no online. Acreditamos que ter uma presença forte nas redes e nas plataformas digitais ajuda imenso a fazer crescer o Jiu-Jitsu a nível nacional, e por isso estamos mesmo muito focados nisso neste momento.
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FightNews: Quais foram os maiores desafios que a academia enfrentou até agora para crescer e se desenvolver?
Rui Gonçalves: O negócio é feito de desafios. Nunca parámos de os ter, e muitos deles estão também muito ligados a mim pessoalmente.
Quando começámos a dar aulas, foi num clube pequenino, e o primeiro grande desafio foi mesmo ter alunos. No primeiro mês não apareceu ninguém. No segundo mês tive dois alunos, e passados três meses tinha cinco. Fomos acreditando e crescendo devagarinho.
Depois decidimos mudar de sítio e adquirir o nosso próprio espaço. Comprámos a Academia no local onde estamos hoje, a 14 de março, se não me engano — e logo a seguir, a 15 ou 16 de março, começou o Covid e fechou tudo. Fiquei sem dinheiro, mas tinha que fazer as obras.
Como não tinha trabalho, fui fazendo as obras eu próprio, com a ajuda de alguns alunos e também de pessoas de fora que se disponibilizaram para ajudar. Íamos fazendo aos poucos, conforme dava, juntando o que conseguíamos e avançando devagarinho. Foi tudo feito com muito esforço, mas também com muita entreajuda e espírito de equipa.
Agora, já conseguimos pensar em algo ainda maior.
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FightNews: Em termos de competição, quais são os atletas da academia que mais se têm destacado?
Rui Gonçalves: Tenho alguma dificuldade em responder a isso, porque nós sempre demos muita importância às conquistas pessoais e não tanto aos resultados em si.
Por exemplo, temos a Jéssica Santos, que sempre gostou de competir, mas tinha muitas dificuldades nas competições. Havia sempre ali qualquer coisa a nível mental que a bloqueava. Mas trabalhou muito, e agora já é uma atleta de destaque — foi campeã nacional no peso e no absoluto na cinta azul.
Depois temos a Raquel Fonseca, que quando apareceu na academia tinha excesso de peso, não se conseguia sentar no tatame nem levantar-se sozinha. E agora vê-la a mover-se é um espetáculo.
Mas claro, também temos atletas com resultados fortes. O Rodrigo Torrão, por exemplo, foi campeão no Campeonato Português, fez três lutas e finalizou todas em menos de 30 segundos. O Denzel Otávio foi campeão no Open. O Walcir ficou em terceiro lugar no Europeu. O Gonçalo Nicolau também é um atleta que se tem destacado bastante.
O nosso maior foco continua a ser usar as competições como ferramenta para formar pessoas — porque o que se leva da competição vai muito além da medalha.
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FightNews: Além da parte técnica, que valores procuram transmitir no dia-a-dia das aulas?
Rui Gonçalves: Isso é um ponto muito forte para nós. Realmente, o que queremos transmitir é que o Jiu-Jitsu é muito mais do que uma luta; é uma ferramenta para o desenvolvimento pessoal.
O Jiu-Jitsu ajuda imenso a lidar com frustrações, medos e até com as nossas fraquezas pessoais. Se nos deixarmos ir nas aulas, se conseguirmos chegar aos nossos limites, é aí que essas fraquezas todas vêm à tona. E o Jiu-Jitsu ajuda-nos a ultrapassá-las, a superá-las. É essa evolução pessoal que tentamos muito incentivar aqui, porque no final, o maior objetivo é que as pessoas cresçam não só no tatame, mas também na vida.
FightNews: De que forma o Jiu-Jitsu pode impactar positivamente a vida dos alunos dentro e fora dos tatamis?
Rui Gonçalves: O Jiu-Jitsu é realmente uma ferramenta muito forte para o desenvolvimento pessoal.
Quando eu era miúdo, era um rapazinho mais gordinho, em baixa forma, e não conseguia sequer fazer uma flexão. Na escola, sentia-me um bocado mal, por falta de confiança. Depois, a partir do momento em que comecei no Jiu-Jitsu, consegui transformar-me. Consegui ter uma mente mais forte, um corpo mais forte e, principalmente, uma comunidade forte ao meu redor.
Vou fazer agora 40 anos, e ainda a semana passada tive uma grande luz mental que me ajudou a superar uma fraqueza que eu tinha. Ou seja, o Jiu-Jitsu não é só para quem está a começar ou para quem é novo, é algo que continua a impactar a nossa vida e a nossa evolução, sempre.
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FightNews: Que mensagem gostariam de deixar para quem tem interesse em experimentar o Jiu-Jitsu mas ainda tem receio de dar o primeiro passo?
Rui Gonçalves: Hoje em dia praticamente não há nada para ter receio. É só uma aula! Vão à aula, pesquisem, procurem as academias, porque todas elas devem ter site e redes sociais.
Dediquem um tempo a pesquisar, vejam qual é a academia que está mais dentro da vossa vibe e do que procuram. Depois, deem o primeiro passo, vão lá, falem com as pessoas, experimentem a aula. Tenho a certeza de que não se vão arrepender e vão gostar muito da experiência.
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FightNews: Como funcionam as aulas experimentais na academia e o que os novos alunos podem esperar da experiência?
Rui Gonçalves: As nossas aulas experimentais são simples. Basta falar comigo, com o João, ou com alguém da academia, seja pelo Instagram, WhatsApp, ou até através do nosso site.
Normalmente, falamos um bocadinho por WhatsApp, combinamos a aula experimental, e depois é só aparecer.
Podem esperar um ambiente com muito apoio, onde todos ajudam uns aos outros. Vão suar muito, mas, sem dúvida, vão sair da aula muito contentes. Além disso, vão conhecer pessoas com quem se vão identificar muito, e vão sentir-se parte da nossa comunidade desde o início.