Com alcunha que reflete tanto o seu estilo de combate como a sua determinação fora do tatami, Clarinha “Mini Máquina” é já um nome de destaque no panorama do jiu-jitsu juvenil. A atleta que soma mais de uma década de dedicação à modalidade e uma impressionante lista de conquistas — incluindo o título de campeã mundial no World Youth Jiu-Jitsu Championship em Abu Dhabi, a atleta não quer parar por ai.
Nesta conversa exclusiva, Clarinha conta-nos como tudo começou, o que a move, e o que espera para o futuro no desporto que a apaixonou desde o primeiro dia.
FightNews: Clarinha, conta-nos como começou a tua aventura nos desportos de combate. Foi amor à primeira vista pelo jiu-jitsu?
“A minha aventura começou quando tinha 5 anos no colégio, como atividade extracurricular, portanto sim — diria que foi amor à primeira vista.”
Imagem Instagram
FightNews: O que te levou a experimentar o jiu-jitsu? Houve alguém que te incentivou?
“O que me levou a experimentar jiu-jitsu foi o meu irmão mais novo ter iniciado um mês antes de mim, e depois eu também quis ir experimentar. E até agora já são 12 anos a fazer jiu-jitsu.”
FightNews: Qual das tuas conquistas mais te marcou e porquê?
“A conquista que mais me marcou foi eu ter ganho o World Youth Jiu-Jitsu em Abu Dhabi. Porque, sem eu saber, subiram-me 2 categorias por não haver luta na minha, e consegui ganhar as minhas duas lutas com finalização.”
Imagem Instagram
FightNews: Quais são os teus grandes objetivos no jiu-jitsu para os próximos anos?
“Os meus grandes objetivos para os próximos anos são fazer e ganhar o Grand Slam, ou seja, ganhar o Europeu, o Pan-Americano, o Mundial e o Brasileiro.”
Imagem Instagram
FightNews: Tens alguma atleta que te inspira dentro ou fora do tatami?
“Uma atleta que sempre me inspirou é a Mackenzie Dern. Apesar de agora não estar no jiu-jitsu e estar no UFC, continua a ser uma grande inspiração para mim. Um dos principais motivos foi a vitória dela no absoluto contra a Gabi Garcia, onde me revi por ser muito pequena em comparação com quase todas as minhas adversárias. Por exemplo, neste último campeonato nacional, subi de categoria e a minha diferença de peso para a minha adversária era de 7 kg — parece que estou sempre a lutar absolutos!”
Imagem Instagram
FightNews: O que é que o jiu-jitsu te ensinou que levas para a vida?
“O jiu-jitsu ensinou-me que ‘mesmo estando por baixo conseguimos dar a volta por cima’. O que eu quero dizer com isto é que, apesar das dificuldades, se eu trabalhar as minhas fragilidades e a minha mente, tudo se torna possível — e que no jiu-jitsu e na vida não existe o impossível.”
FightNews: Por fim, que mensagem gostavas de deixar a outras meninas que gostavam de experimentar o jiu-jitsu, mas ainda têm receio ou sentem-se inseguras?
“A mensagem que eu gostava de enviar é que o jiu-jitsu é para todos, e todos nós começamos como faixas brancas. No início parece tudo muito complicado, mas a pouco e pouco vamos evoluindo, sentimo-nos melhor e ganhamos mais confiança. Mas para isso tudo acontecer, temos de sair da nossa zona de conforto e dar o primeiro passo, que é começar a treinar — que muitas vezes é o mais difícil. Por isso, convido e incentivo todas as meninas e mulheres a começarem a treinar jiu-jitsu!”
Imagem Instagram
Com maturidade impressionante e um amor inabalável pela arte suave, Clarinha “Mini Máquina” mostra que o talento aliado à dedicação pode levar uma atleta muito longe. Dentro ou fora do tatami, o seu exemplo é uma inspiração para a nova geração de atletas — especialmente para as meninas que sonham, mas ainda não deram o primeiro passo.