De 25 a 29 de junho, Verona (Itália) será o palco do Amazing Muay Thai World Festival 2025, um dos eventos mais aguardados do circuito internacional, organizado pela World Boxing Council (WBC Muay Thai). Entre os atletas que representarão Portugal está Nazar Stashko, lutador dedicado e conhecido pela sua ética de trabalho, disciplina e foco inabalável.
Em entrevista exclusiva, Nazar falou-nos sobre a intensidade da sua preparação, os sacrifícios feitos para estar presente neste campeonato do mundo e as suas ambições claras: lutar pelo ouro.
FightNews: Como está a decorrer a tua preparação para o Amazing Muay Thai World Festival? Há algum aspeto específico que tenhas reforçado nesta fase?
Sim, a preparação está a ser bastante complexa. É uma preparação com muita dedicação e muito esforço — tanto na parte da dieta como na preparação física e técnica. Nunca fiz um campeonato assim, em que a probabilidade de lutar quatro vezes em quatro dias é real, sempre a dar o peso todos os dias antes dos combates. Ou seja, são sempre três rounds de três minutos, o que exige muito mais. O nível também é outro. Ali, a WBC impõe um nível muito elevado, então a minha preparação tem sido pensada de acordo com esses requisitos.
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FightNews: Que expectativas tens para esta competição internacional em Verona? Como encaras este desafio?
Relativamente às expectativas, tenho-as muito altas. Vou para lá para ganhar. Não vou para participar. Não é esse o meu objetivo, nem o meu foco. Muita gente diz: “Vai ser uma grande experiência.” E sim, é um campeonato do mundo, é a WBC, é tudo muito bonito e uma experiência incrível. Mas o meu foco é só um: o ouro. Quero ganhar e deixar tudo o que está ao meu alcance — e mesmo fora dele — dentro daquele ringue.
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FightNews: Já conheces algum dos possíveis adversários? O que esperas do nível de competição neste evento mundial?
Sim, já vi alguns possíveis adversários, mas, sinceramente, isso não me interessa muito. Em princípio, somos 16 atletas na minha categoria, de seleções diferentes. Não vale a pena estar a estudar ninguém em específico, porque é tudo incerto. Seja quem for que esteja à minha frente, o objetivo é o mesmo: fazer guerra e dar o meu melhor.
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FightNews: Que objetivos pessoais levas contigo para esta competição?
O objetivo é claro: ganhar. Mostrar todo o trabalho e esforço que fiz até agora, dentro do ringue. Ir lá, dar tudo e trazer a vitória.
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FightNews. Depois deste grande evento, quais são os teus planos e metas para o resto da época nos desportos de combate?
Depois desta competição, já tenho alguns combates pré-falados e, em princípio, vou disputar o título de Muay Thai Classe B nos 80kg. Também tenho previsto outro combate numa gala em Odivelas, que é um dos grandes eventos nacionais, possivelmente no final do ano — novembro ou dezembro. Mas ainda não está nada fechado. Depende também do que aparecer.
Tenho de ir com calma porque, nos últimos dois anos, parti a mão duas vezes em combate. Uma delas foi mais grave e tive mesmo de ser operado. Por isso, não gosto de fazer muitos planos a longo prazo. Tenho os meus objetivos, mas vivo um combate de cada vez. Agora o foco é o campeonato do mundo. Depois, logo se vê como estará o meu corpo.
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FightNews. Por fim, que mensagem gostarias de deixar a todos os que te apoiam e vão estar a torcer por ti, tanto em Portugal como no estrangeiro?
Felizmente tenho muitos amigos e conhecidos, tanto do desporto como do tempo em que fui militar. Sinto um grande apoio da parte de todos. A mensagem que deixo é simples: façam o vosso caminho pela vossa cabeça. Vai haver sempre alguém — até pessoas próximas — a dizer que algo é demasiado arriscado ou que não vale a pena.
Recentemente, recusei uma proposta de trabalho no estrangeiro que já esperava há muito tempo. Era um trabalho com ótimas condições financeiras, algo que já procurava desde dezembro. Fiz entrevistas, entreguei currículos, tudo. E quando finalmente fui chamado, tive de recusar. O campeonato calhava nos mesmos dias.
Foi uma decisão difícil, mas fui fiel a mim mesmo e aos meus princípios. O campeonato do mundo é importante demais para mim. Todo o sacrifício vale a pena. Por isso, repito: sigam o vosso coração e façam o que realmente gostam, porque quem corre por gosto não cansa — como se costuma dizer. Eu sou um exemplo disso.
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